Terremotos são causados por bolhas misteriosas dentro da Terra, dizem cientistas

09/05/2024

A colisão (hipotetica) de Theia com a Terra

As bolhas teriam sido formadas quando um objeto do tamanho de Marte colidiu com nosso planeta bilhões de anos atrás

Pesquisadores suspeitam cada vez mais que uma poderosa colisão entre a Terra e um objeto do tamanho de Marte, apelidado de Theia, há cerca de 4,5 bilhões de anos, pode ter deixado “bolhas misteriosas” enterradas nas profundezas do interior da Terra — um impacto tão violento que ejetou material suficiente para permitir que a Lua se formasse.

Agora, como relata o Washington Post, os cientistas também estão começando a suspeitar que essas bolhas enterradas também podem ter levado ao desenvolvimento das placas tectônicas, os processos geológicos que foram essenciais para a formação da vida na Terra e que ainda provocam terremotos e vulcões atualmente.

Conforme detalhado num novo artigo  publicado na revista Geophysical Research Letters, os pesquisadores traçaram uma linha entre as bolhas misteriosas que foram deixadas para trás pela colisão e as placas tectônicas modernas, que eventualmente formaram as condições que permitiram que a vida florescesse bilhões de anos mais tarde.

“O impacto gigante não é apenas a razão da nossa Lua, se for esse o caso, ele também definiu as condições iniciais da nossa Terra”, disse o coautor e geocientista do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Qian Yuan, ao WaPo.

Superdesconhecido

A equipe examinou as teorias existentes em torno dessas bolhas enterradas no manto do nosso planeta, que são feitas de materiais diferentes dos seus arredores, e como surgiram pela primeira vez.

Os pesquisadores acreditam que cerca de 200 milhões de anos após o impacto, essas bolhas deram início a um processo chamado subducção, com placas da crosta terrestre afundando abaixo de outras placas.

O artigo também poderá ajudar a explicar os minerais mais antigos já descobertos na Terra, que os cientistas acreditam terem sido o resultado da subducção há mais de quatro mil milhões de anos.

“Os modelos ligam a subducção mais antiga ao [impacto gigante formador da Lua] com implicações para a compreensão dos diversos regimes tectônicos dos planetas rochosos”, escreveram os pesquisadores no seu artigo.

Mas nem todo cientista está convencido. E outros questionaram se alguma vez conseguiríamos descobrir o que se passou ao longo de bilhões de anos.

“Precisamos ter em mente que não há evidências suficientes para que possamos realmente saber qual era o modo tectônico no Arqueano”, disse ao WaPo o geocientista Michael Brown da Universidade de Maryland, que não esteve envolvido no estudo, referindo-se à segunda de quatro eras geológicas que duraram de quatro a 2,5 bilhões de anos atrás.

“Portanto, de uma perspectiva filosófica, é quase certamente desconhecido e incognoscível”, acrescentou. “Acho que nesse ponto alguma coisas às vezes se perde.”

[Futurism]

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